A cada novo amanhecer
Ah, esses meus cabelos brancos que dizem vir das experiências que todos temos! Gosto de dançar num ritmo louco, mas os anos ditam regras e estipulam metas para cada tic tac do relógio, colocando o segundo anterior no espaço infinito de outrora.
Meus delírios agora são outros e a mocidade parece não mais flertar a eternidade. Deixei para trás as utopias da juventude e passei a viver a vida. Pareço-me cada vez mais com os coroas que tanto critiquei por serem sérios demais, preocupados demais.
Talvez não seja medo. Uma leve ansiedade, talvez. Mas medo... não sei, quem sabe? O amanhã puxa rapidamente o hoje para lá e vejo, na consistência da minha pele, que as cortinas se fecham rápido demais.
Talvez não seja medo. Uma leve ansiedade, talvez. Mas medo... não sei, quem sabe? O amanhã puxa rapidamente o hoje para lá e vejo, na consistência da minha pele, que as cortinas se fecham rápido demais.
Não preparo muita bagagem, quero apenas um amor pra recordar. Talvez eu ouça os amigos contar histórias para os netos, mas o mais certo é que quase tudo pelo que lutei não terá valido a pena. Aquilo pelo que dediquei a vida, será lixo jogado no tapete do esquecimento.
Não quero muito, mas, se não for pedir demais, gostaria de estar com você num abraço bem apertado. Tudo passa, as coisas ficam velhas, ultrapassadas. Mas o amor não, esse se renova a cada dia e em cada sorriso que brota da boca que jura me amar.
Tudo avança para um amanhã melhor. Um amanhã de carinho mais apurado, verdadeiro, de laços mais fortes e sinceros. Não, não tenho medo. Já me permito chorar, ficar angustiado por não saber o que fazer. Me dou ao luxo da indecisão, de ficar triste sem saber porque razão, de querer ir a um lugar sem saber exatamente onde é.
A cada novo amanhecer me conheço um pouco mais, te amo um pouco mais, envelheço um pouco mais, me reinvento um pouco mais e vivo mais um pouco.
Flávio França
Créditos da imagem: site 1000imagens.com
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