domingo, 23 de junho de 2013

Fogueira das vaidades - autoria Flávio França

Fogueira das vaidades
Assim como em quase todo verão surge a dieta da moda, a cada virada de mesa é anunciada uma forma inovadora, surpreendente e inigualável de administrar e gerar lucros. Muitos saem pelo mundo revelando o que até agora "ninguém descobriu", por mais óbvio que o achado pareça.

E são tantas as exigências que se impõe às massas para se adequarem ao novo perfil do profissional de sucesso, que a aptidão virou produto de série. Uma indústria de sonhos vende suas ilusões para os que pensam poder enriquecer tão logo executem os conselhos mágicos vindos dos que mantém acesa essa fogueira das vaidades.
O verdadeiro conhecimento é libertador, esclarecedor e capaz de tornar uma pessoa apta para assumir seu papel frente a vida e aos deveres que lhe espera. O brilhantismo vem mais como uma consequência das experiências acumuladas na vida, que da entrega ao culto da erudição.
Como não notar os muitos que sacrificam saúde, dinheiro (que quase sempre não tem), e vários anos de suas vidas no altar do sucesso como oferta ao deus da meritocracia? A busca pela excelência exige esforço e abnegação constantes, mas é uma viagem enriquecedora para o homem e não apenas aos que manipulam fatos.

A ganância de muitos torna o caminho especialmente penoso para quem parte do nada. Poucos são os que lembram nossos jovens que, após tanto tempo, esforço e dinheiro empregado no curso da moda, terão que provar o gosto amargo de uma competição injusta por um salário pífio.

Os ventos sopram, mesmo que sem rumo mas sopram.
Como ter experiência e conhecimento ao mesmo tempo se, comprovadamente, nossas instituições de ensino fraudam resultados, alugam bibliotecas e professores como fachada para burlar uma lei que todos sabem pouco adiantar?

Nossos sonhos de riqueza e gloria não difere da corrida pelo ouro em que poucos atingem o topo e, logo após, rolam pedras nos que ainda estão por chegar. Isso se dá pela exigência sem nexo de empresas e empregadores àqueles que precisam de um emprego que lhe garanta o sustento. Dão de ombros ao pobres que não puderam, ou que simplesmente optaram, por um caminho diferente em busca da qualificação.

Deus olha o que a pessoa de fato é. O homem enxerga o que lhe convém.
Flávio França
Créditos da foto: site 100imagens.com

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